quarta-feira, 12 de outubro de 2011

alma jovial

Sê forte, meu caro
não te deixes afundar
sob as ondas gigantescas
nem te escondas no porão.

Lá tem rato de todo tipo
certamente tu não és

um daqueles ratos
que vivem no escuro,
umidade e mau cheiro.

Abre teus olhos -
os objetos que te cercam [acredita]
têm vida própria e são cheios de graça.

Vê tua caneta que ganhaste de presente.
Presta atenção no biquinho dela -
parece soltar suspiros.

Muitas vezes cansada
por tão pouco uso.

Olha, meu amigo
uma caneta desprezada
é um demônio de saia
com ciúme.

Um dia lançará toda a tinta
sobre teus papéis e livros.

6 comentários:

  1. Oi Domingos
    Vindo do blog "me and you" pra ver mais do que fazes - poesia, que eu gosto muito.
    Belo também a "alma jovial"
    que haja muitos passeios com arco-iris e pôres do sol.
    parabéns

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  2. Agradeço o comentário no meu blog. Você faz bem e pregar a esperança, bem melhor do que eu fiz em reclamar da chuva. Um abraço, Yayá.

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  3. Show, como sempre, meu querido Domingos, amigo, grande poeta!
    Criatividade inesgotável...
    Abraço apertado!

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  4. entre os muros escuros da solidão é possível que ainda se consiga voar
    abraço
    Laura Alberto

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  5. caro amigo, poema de alegoria inteira para todo o despojo e altíssima reconversão. admirável o jogo de objetos e pequenos seres na parábola maior do ser humano. a imagem da caneta esquecida sobre a mulher ciumenta é soberba.
    um abraço pleno de admiração!

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  6. Sou leitora aqui do seu blog, adoro! e vim fazer-te um convite a visitar o meu blog tbm, caso goste me de a honra: siga-me. Bj

    http://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com/

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