sábado, 13 de agosto de 2011

para meu filho Vinicius.


Filho, não precisas quebrar teu cofrinho.
Guarda teus centavos para tua mocidade
no dia em que teu coração arder
por uma menina.

Nesse dia, então, manda ver teu porquinho
contra a parede e junta cada moeda.

Leva tua garota para o cinema.
Beija-a e experimenta a pipoca da boca dela.

Teu velho pai não se importa com presentes:
cuecas, perfumes, camisas polos,
celular, radinho de pilha.

Os chocolates que ontem trouxeste
ainda agora adoçam minha alma,
e estamos conversados.

Deixa em paz teu porquinho
com aquele ar de falastrão.

Um dia, como já te disse,
não o poupes do destino.

Quebra-o, junta as moedas,
compra um buquê de rosas

e convida tua princesa
para o shopping.

Faze-o antes que pequenos gaviões
sempre à espreita o façam.

O teu velho pai estará por perto
pra saber dos detalhes: da euforia
e do encanto e da desilusão futura.

A solidão e o desengano
também são prazerosos.

Que pai sou eu.
Que tolices estou a dizer
a uma criança de nove anos.

Esquece tudo e comecemos do princípio:
filho, quebra teu cofrinho e estrangula teu porquinho.

Nem que seja pra gente gastar todo o tesouro
com refrigerantes e jogos de videogame.

5 comentários:

  1. Terminei de ler com os olhos cheios de lágrimas. Tocou. Mto lindo, amigo.
    Bjão com carinho. Feliz dia dos pais...
    ;)

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  2. Lindo demais,poeta dos dias...

    Um Feliz dia dos pais pra vc...

    Beijinho encantado!

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  3. Argh que raiva! Seu poema é tão bom que me dá raiva! hahaha!

    Feliz Dia dos Pais, carinhoso poeta! Que Deus abençoe sua jornada de pai, todos os dias.

    Beijão. (Participe da festinha de aniversário do Flores e Flechas, hein... quero um poema teu em meu bloguinho! Leia lá! Bjo)

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  4. isso mesmo, bota pra quebrar! que beleza de poema... manda um beijo pro bruxinho, tá.

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