Darei a ti um poema sem vinho
e sem lucidez excessiva.
Um poema sem buscas,
sem transes e sem pensamentos.
Darei a ti um poema caído sobre o peito
na calada da noite quando faço
brilhar minha espada
diante do meu olho
de vidro.
Um poema que não explique a causa do silêncio.
Um poema que se cale ao som da primeira sílaba.
Darei a ti o que temo e o que creio
sem forçar de ti entendimento
ou cumplicidade.
Ainda não ando sobre as águas.
Mas já levito sobre as nuvens.
É um pulo criar chuva
saltando de nuvem
em nuvem
e encher o mar de sonhos
e encher de peixes
nossos corações.
Enquanto tu suspiras
o meu barco à deriva
contra rochedos
afunda.
Que maravilha de poema... declaraste o sonho de muitos poetas...
ResponderExcluirBeijinho com admiração hiperbólica, poeta dos dias!
"É um pulo criar chuva
ResponderExcluirsaltando de nuvem
em nuvem
(...)
Enquanto tu suspiras
o meu barco à deriva
contra rochedos
logo afunda."
E, como num sonho, eu vi a chuva cair.
Doce pirata!...
ResponderExcluirUm beijo
Bravo!
ResponderExcluirComo são doces os bárbaros...
Ainda não ando sobre as águas.
ResponderExcluirMas já levito sobre as nuvens.
É um pulo criar chuva
saltando de nuvem
em nuvem
e encher o mar de sonhos
e encher de peixes
nossos corações.
Enquanto tu suspiras
o meu barco à deriva
contra rochedos
logo afunda.
que poética!