terça-feira, 16 de agosto de 2011

luxúria

Veste aquele teu short jeans minúsculo
e vai até a praça. Estarei no banco
no terceiro atrás da banca
de jornal.

Não digas: "ui, menino"
Dize:  "ai, cavalão"

É isto que sou,
um cavalão.

Morderei teu braço
(não morderei outra coisa
porque é cedo e tem criança
brincando de skate e patins)

Tu não sabes da minha loucura de celibatário.
Dentro do meu baú guardo filhos órfãos.

Não esqueci o presente
que tu me impuseste:

um frasco de perfume
e duas rosas vermelhas.

Enquanto tu lanças o olhar sobre a minha oferenda
eu te mordo agora o que não podia há dois minutos.

A praça ficou deserta.
Pula ao meu colo.

Deixa-me trincar tuas orelhas
e beijar tua nuca: eu sou um cavalão
e cavalão que se preza come milho
lambuzando o pescoço da amada.

Nunca repitas "ui, menino" A partir de hoje,
somente: "ai, cavalão" É isto que sou,
um cavalão.

3 comentários:

  1. Eu adoro vir aqui, sempre me delicio nos seus versos. Você é hiláriamente poetico. Adorei! Seria uma honra receber sua visita no meu blog. http://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com/

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  2. caro amigo,
    admirável o tom deste teu texto em perfeita harmonia com o título. de uma linguagem viril, masculina, quase violenta, nasce a graça de todo um ritual amoroso que elevas com a maestria delicada do teu canto.
    luxúria soberba!

    um forte abraço!

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  3. upa, upa alasão!

    beijos e beijos.

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