segunda-feira, 11 de julho de 2011

um moço estranho

Assim que nasci secou o leite materno.
A única alternativa foi mamar em uma golfinha.

Levaram-me a uma ilha deserta
e apresentaram-me à senhora golfinha.

Ela vivia sorrindo e além de me oferecer o deleite
do seu leite sabor de cavalo-marinho e ostras

também me ensinou a passar horas
no fundo do mar sentado sobre corais
pensando na vida e escrevendo versos.

Devo minha vida (a minha vida de louco)
a essa senhora golfinha que um dia
sussurrou aos meus ouvidos "vai, poeta
tudo que um náufrago precisa
tu já sabes"

Levantei-me da minha poltrona de corais
e beijei os amigos que fiz no fundo do mar.

2 comentários:

  1. Olá, Domingos!
    Estive por aqui a espreitar tuas belas palavras expressas em poesia.
    Gostei muito.
    Aguardo sua visita para que possamos fazer juntos um trabalho novo em forma de poesia pela blogosfera, quem sabe terei o prazer de ler alguma de suas por lá!
    abraço carioca


    http://wwwmeandyou-meandyou.blogspot.com/

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  2. Faz-me sorrir docemente...

    =)

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