segunda-feira, 4 de julho de 2011

cerâmicas rachadas

Passo a mão na minha testa
e me pergunto "até quando
esse suor frio?"

Perdi a lembrança do dia
em que jurei lealdade
aos versos.

Certamente era um dia chuvoso
e eu estava com febre.

Não tinha botas nem formiguinhas
nem uma xícara sempre sorrindo.

Eu era bem mais só
e bem mais jovem.

Cada verso é um sinal de loucura.
Uma imagem da minha morte.

8 comentários:

  1. Nossa, perfeito!

    Puro sentimento, vibrei daqui!

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  2. "Cada verso é um sinal de loucura.
    Uma imagem da minha morte."

    Não preciso comentar mais nada depois disso.

    Aplausos! Abraços!

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  3. A febre tem as suas consequências, até mesmo em versos e ilusões, no caso,versos sutis. Um abraço, Yayá.

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  4. Um poema perfeito, Domingos, retrato muito fiel de alguns momentos.

    Abraço amigo

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  5. Domingos: os delírio de quem ama..são sempre bem vindos..abraços e obrigada pelo carinho no meu Cotidiano.

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  6. Minhas mãos ainda tremem a cada verso traçado...

    Beijinho de admiração, poeta dos dias!

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  7. poemasso, esses dois versos finais me deixaram de olho aberto: um espanto!

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  8. perdi a conta também do dia em que numa encruzilhada alguém me deu papel e lápis e eu teci as primeiras letras, agora sou todo ermo ao verbo


    abraço

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