sexta-feira, 13 de maio de 2011

divagando

Sonhar com alguém desconhecido
é um claro sinal de solidão aguda.

Incrível é que o vestido dela
parecia tão real tocando meu nariz.

O perfume era daquele tipo de mulher dos sonhos.
Conheço bem minhas neuras e os meus castelos.

O perfume continua no quarto.

Minhas botas enrugam-se
contraindo o abdome,

não querem perder
a fragrância.

Minhas botas têm focinho de cachorro.
Um ótimo faro.

Agora é a vez das formigas paralisarem.
Cada uma olha para o alto e pensam que é pipoca.

14 comentários:

  1. Que esse sonho se realize, mesmo nos sonhos.

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  2. por todos os santos e inocências, o sal das mulheres e o nosso pranto

    abraço

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  3. O primeiro distico do poema me paralisou. Excelente, Domingos. Evoé!

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  4. às vezes não são os sonhos que matam é a realidade presa à parede
    beijo
    Laura

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  5. olhares furtivos em alucinação branda sob a écharpe de platão. e os dedos arrepiam à passagem do tufão que se fez brisa. já nem o mar aquiesceu.
    abraço, poeta amigo!

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  6. Camarada Athila,
    a realização fizera-se
    no momento da escrita
    (não do sonho)
    ...

    forte abraço.

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  7. Irmão Assis,
    pranto bom
    e eterno
    (oxalá)

    forte abraço.

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  8. Camarada Fred,
    antes de mais nada, evoé!

    a paralisia provoca
    ideias e sensações.

    forte abraço.

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  9. Laura,
    da parede pode haver morte mas também
    salvação
    ...

    beijo carinhoso.

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  10. Grande poeta e meu amigo,
    Jorge Pimenta

    "de tanto o poeta contemplar a imagem
    faz-se furtivo o que dança"

    forte abraço.

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  11. Ah, Domingos, meu amigo, grande poeta!
    Toda esse elenco no seu poema, a encantar-me: as botas, a formiguinha... Demais!
    Até aqui chega esse perfume extraordinário a que tu te referes...
    Um encanto o teu poema!
    Abraço apertado, querido.

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  12. Elevada poetisa e minha amiga, Zélia
    quando os teus olhos pousam sobre
    os meus versos é pura doçura
    e encanto
    ...

    Abraço carinhoso.

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  13. santíssimo!

    e suas botas são bárbaras...

    (já estava com saudade das formiguinhas)

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  14. Crisântemo,
    as formiguinhas te mandam
    beijos carinhosos e as botas
    lisonjeadas suspiram
    ...

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