terça-feira, 5 de abril de 2011

o princípio do retorno

Ontem de noite o diabo visitou-me.
Ressaca é reconhecer a sua existência.

Na verdade só ele existe
e só existe o corpo enfadonho.

A ausência do diabo é a sublimação humana.
Nada de corpo nem nada de alma.

Ah, como sou tolo e pequeno
e como é dolorosa a eterna vigilância.

Amarrar os cadarços dos tênis sujos
de olho nas rachaduras do teto.

Vai que cai uma estrela.
Vai que cai um corvo.

8 comentários:

  1. Por enquando, só vi cair poesia por aqui. Cheguei para conhecer, gostei e faço questão de acompanhar seu espaço.

    Grande abraço!

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  2. Camarada Celso,
    a tua companhia é uma honra.

    [e que a poesia continue
    gotejando, escorrendo,
    em tempestades]

    forte abraço.

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  3. Retornar, caro Domingos, ainda é o que temos de melhor: mesmo que precisemos, como no poema, olhar para cima - sempre - para que não nos caia sobre o corpo o indevido. Brilhante seu texto. Abraços, Pedro.

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  4. Adorei isso, como sempre.

    Mas essa tem um "q" a mais, ela é brilhante.

    Vc é especial.

    Bjoka.

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  5. Domingos, este poema é demais ;)

    um abraço pra ti

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  6. Pedro, às vezes a luz vem do retorno,
    não é mesmo? forte abraço,
    meu camarada.

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  7. Lua, especial é a sua alma
    e toda a doçura e gentileza dela
    ...

    Beijo carinhoso.

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  8. Andrea, a tua sensibilidade
    é que encanta.

    Abraço carinhoso.

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