Essa tartaruguinha de pano é uma comédia:
sempre que viro o pescoço
vejo-a de toquinha azul.
O ventilador chega-lhe às orelhas.
Voa seu cachecol.
Ultimamente o vento da área de serviço
anda tímido, sem atitude. A tartaruguinha
de pano agradece: não precisa então
segurar a porta.
O clímax da minha filosofia
é quando reflito profundamente:
"será que em todas as casas
junto às portas dos quartos
há um encosto confeccionado
a pano, linha, adornos,
recheado de areia?"
O meu encosto é uma tartaruguinha de pano.
Essa foi boa o meu encosto.
Claro que é o encosto da porta do meu quarto.
Mas bem que poderia ser o meu.
Ando molenga,
apático, lânguido.
Uma tartaruguinha de pano e cachecol
por companhia não seria desagradável.
O problema é que ela não pode tomar banho.
Ensopa-se de maneira tal a pesar mais que uma nádega de elefante.
Parece que ela ouviu.
Ou foi o ventilador que lhe assoprou aos ouvidos?
Só não lhe dou um beijo agora
porque ela vive empoeirada.
É gripe na certa.
nunca tive uma tartaruguinha dessas. tive uma de verdade, que não prestava: era frívola, desbocada e muito devagar. até na cama. sorte que um dia se apaixonou por um coelho e me largou pra ir atrás dele. sou um homem de fé, acredito piamente que ela haverá de alcançar o leporino e me esquecer para sempre. porque se voltar, tô frito: não sei dizer não a quelônios, ofídeos e paquidermes.
ResponderExcluirhoje tenho uma lagartixa, a Bianca. boa pessoa, muito educada, prestativa, carinhosa e fiel. seria perfeita, não fosse sua interpretação rasa, ao pé da letra... do que seja dar o rabo. em um ano e pouco de relacionamento, já me deu doze. guardo-os no congelador, por precaução. vai que um dia me falte coisa melhor pra comer.
abraço, poeta
hehehehehehe,
ResponderExcluirpois, rapaz, eu espero sinceramente que um dia você conheça (não a minha)
uma tartaruguinha de pano,
o incrível é que ela além de impedir os fantasmas derrubarem a porta em noites de tempestades
ainda nos consola com o seu espantoso silêncio
...
forte abraço,
poeta!
Maravilhosa a forma como fazes verdadeiras dissertações poéticas partindo de objectos e visões menos prováveis!
ResponderExcluirBeijinho
é uma fábula sigilosa
ResponderExcluirque dança aos meus olhos
...
Sandra, querida poetisa,
beijo carinhoso
...
cá entre nós: fabuloso!
ResponderExcluir(aposto que se você gripar ela não sairá do seu pé)
[Cris, a porta tem um ciúme doido
ResponderExcluirda tartaruguinha de pano
por isso sequer arrisco
aproximar-me (rsrs)]
Obrigado, por seus crisântemos
sobre meus versos
...
Beijo carinhoso.
Não tenho uma dessas tartaruguinhas, mas já encomendei uma há tempos... parece que a moça se esqueceu da encomenda...ou a tartaruguinha preferiu correr para o mar...
ResponderExcluirBeijinho de onda, Domingos!
se foi para o mar pode acabar
ResponderExcluirno dorso de um golfinho mágico
(rsrs)
Beijo carinhoso,
sensível poetisa.
tartaruguinha e encosto: para ela um caldo, para ele um trevo
ResponderExcluira
braço
e que não se cruzem
ResponderExcluirem noites loucas
(rs)
forte abraço,
irmão Assis.