segunda-feira, 25 de abril de 2011

lembranças do além

Fiz uma limpeza.
Uma geral no guarda-roupa:
cuecas velhas, perfumes vazios, jeans sem zíper.

O que me surpreendeu foi encontrar uma camiseta tua:
rosa, com um gatinho desenhado e lantejoulas coladas nele.

O que me assombrou ainda mais foi não lembrar de te ver usando
essa camiseta (quem esqueceria o sorriso de um gatinho desse)

Deve fazer muito tempo mesmo
que deixei de te amar.

14 comentários:

  1. Fabuloso! Adorei! Mesmo! Tem um jeito muito próprio de fazer poesia.
    Já agora muito obrigada por me ter adicionado nas suas preferências.

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  2. Talvez o involucro, a embalagem não contasse, só o conteúdo...
    Beijinho

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  3. Ah, que delícia de poema, meu querido Domingos!
    Tão verdadeiro, tão espontâneo, tão singelo, comovente mesmo...
    Um gatinho, inesquecível, estampado numa camiseta...
    Que poeta é você, amigo!!!
    Bravo!!!
    Abraço da
    Zélia

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  4. O esquecimento é mesmo feito desses vestígios, não é mesmo, Domingos?!
    Um cheiro, uma canção ou mesmo uma camisa estampada com um gatinho... Que, vez por outra, retornam de um tempo que parece tão antigo, mas que servem pra nos mostrar, apesar de tudo, o quanto estamos vivos.

    beijinhos...

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  5. Arroba, a vossa casa
    também é linda
    ...

    Obrigado pela delicadeza.

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  6. Sandra, sabe,
    é que às vezes
    basta uma camiseta
    (a lembrança de um objeto)
    e o coração treme
    quando nem sequer
    lembramos do que usava
    a amada é que realmente
    só paira mesmo o esquecimento
    ...

    beijo carinhoso.

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  7. Elevada poetisa e amiga Zélia,
    creio que nesses versos mais
    simples quando nem percebemos
    o sopro que a fragrância
    atinge a alma
    ...

    Abraço carinhoso.

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  8. Pólen Radioativo,
    é isso mesmo
    ...

    Que pleno mergulho
    o teu, hein?

    beijo carinhoso.

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  9. de torar, isso que eu chamo de esquecer mesmo


    abraço

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  10. sem vestígios
    tal esquecimento
    ...

    forte abraço,
    irmão Assis.

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  11. Ou não:

    quando se vira a página,
    é possível que a leitura se perca.

    Abraço,
    Doce de Lira

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  12. amigo domingos,
    o que se usa pelo reverso do corpo é seguramente inesquecível, verdade, poeta?
    abraço!

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  13. E verdade, Renata,
    quando se vira a página
    tudo pode cair de dentro do livro
    sobretudo o próprio esquecimento
    ...

    Abraço carinhoso.

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  14. Grande poeta e amigo Jorge Pimenta,
    às vezes o mais íntimo silêncio
    dentro do mais profundo olhar
    esteja fora de nós e nunca
    ao alcance das palavras
    ...

    forte abraço.

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