Jamais pensei na minha vida
que a delicada e suspirante cafeteira
um dia iria me ferir e feriu-me
e tirou-me sangue do dedo.
Sempre soube que roseira tem espinhos.
Mas era eu um inocente
quanto aos dentes
da cafeteira.
Dentes firmes e pontudos
que servem para prender
o filtro de papel
dessa vez cortaram-me o dedo
com fúria e desprezo.
É um claro sinal
para que eu ame
menos os objetos.
Ou deles também aceite
a loucura humana.
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