quarta-feira, 9 de março de 2011

reflexões

Finda-se o carnaval e eu não lavei o banheiro.
Patético.

Cheguei a escrever um samba.
Mas tudo não passou de poesia e de vento.

Sequer tive tempo para perceber que as meias
permanecem afogadas dentro das minhas botas.

Seria uma coisa tão simples:
lavar o banheiro somente.

E eu não o fiz.
Imperdoável.

Se houver amanhã (e sempre há)
juro que pelo menos trocarei as meias
e darei uma escovada nas orelhas das botas.

Apesar do embuste posso vangloriar-me
de não existir uma louça na pia
nem uma cueca mofada
debaixo da cama.

[notou que sumiram
as baratinhas?]

Também tenho meus méritos.

Quanto ao banheiro,
fica para sábado.
Prometo.

Afinal sou um poeta
não sou um rato.

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