domingo, 20 de março de 2011

a lembrança da magia

Eu desconfiava que uma lua daquela de ontem
não entra pela janela do banheiro impunemente.

Botas, livros, algumas formigas fugiram assustadas.
Até a minha tartaruguinha de pano rasgou o plástico
mostrou uma cara de urso e partiu
pro alto do telhado.

Não sei como ela conseguiu soltar-se
do saco plástico de supermercado.

Livre agora aos meus pés
[de olho na porta]

parece-me mais jovem
enrolado no pescoço
um cachecol
de fios dourados
e tecido vinho.

A porta entreaberta
sob sorriso aparente

concorda que seu encosto
[a tartaruguinha de pano]

está de fato robusta
e atenta.

Quando ventar forte
tirarei minhas conclusões.

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