Eu desconfiava que uma lua daquela de ontem
não entra pela janela do banheiro impunemente.
Botas, livros, algumas formigas fugiram assustadas.
Até a minha tartaruguinha de pano rasgou o plástico
mostrou uma cara de urso e partiu
pro alto do telhado.
Não sei como ela conseguiu soltar-se
do saco plástico de supermercado.
Livre agora aos meus pés
[de olho na porta]
parece-me mais jovem
enrolado no pescoço
um cachecol
de fios dourados
e tecido vinho.
A porta entreaberta
sob sorriso aparente
concorda que seu encosto
[a tartaruguinha de pano]
está de fato robusta
e atenta.
Quando ventar forte
tirarei minhas conclusões.
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