Eu acredito na conspiração entre as moléculas
do corpo humano e do vento que entra pela janela.
Acredito no sangue de quem escreve versos
e nas asas do passarinho.
Na transmutação do barro à escultura
e do silêncio à eternidade.
Eu acredito na eletricidade que trespassa paredes
e serpenteia pelas nuvens e mergulha
no café da xícara.
Acredito no sangue de quem escreve versos
e no casco da tartaruga.
No subterrâneo da terra.
Na indecisão das minhocas
[se cobra ou lombriga]
Eu acredito na brandura dos objetos
mesmo daqueles que ferem e matam.
Acredito na mão do facínora que se recolhe.
No pensamento resguardado.
Na fúria contida.
Acredito no sangue de quem escreve versos
e nas escamas dos peixes.
Na música, na fábula, no reisado e no amor.
Eu acredito no leite materno.
Na presunção do pai e no perdão.
Eu acredito na reviravolta.
No redemoinho.
No olhar acima dos cílios.
Na lágrima pura.
Acredito no sangue de quem escreve versos
e no batimento cardíaco das minhas botas.
Este me pegou de jeito, Domingos... Após ler e reler, quase te mandei e mail, pois imensa era minha empolgação e eu queria compartilhá-la... mesmo sendo este poema ser do tipo que não se comenta, porque ele aperta a garganta e amortece as mão...
ResponderExcluirSem dúvida, um de meus favoritos!
Um beijinho de fã!
eu também sempre que releio esse poema me sinto fortalecido
ResponderExcluir...
Beijo carinhoso,
poetisa!