domingo, 6 de março de 2011

combustível

Adoro as cantoras, atrizes, poetisas e dançarinas
libertinas que mal se aproximam o meu sangue
borbulha e meu coração galopa:

fazem-me tão feliz quanto essa tarde de carnaval
o poeta a estender cuecas no varal ouvindo rock.

Adoro essas criaturas extraordinárias
que beijam bem e odeiam fazer amor
sem tesão e sem o diabo no corpo.

A elas somente a elas
entrego de mão beijada:

alma atiçada, coração trôpego,
corpo tatuado a fogo de cavalo.

Adoro essas assombrações
que caem dos céus entram
pela janela do banheiro
rastejam por debaixo
da cama infernizam
o meu juízo.

Lindas, deslumbrantes, sensíveis, maravilhosas:
todas libertinas sem um pingo de vergonha.

Levantam os braços
fazem cachos

deixam à mostra
aquele redemoinho
de pelos dourados
enfeitando a nuca.

O bastante para que o poeta berre
vire lobisomem ou um vampiro

pule da varanda
sobre um carro

e dance com os dedos
cruzando os olhos

[feito aquele filme
de Tarantino]

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