As unhas têm vontade própria:
não há como domesticá-las
se quebram tesouras.
Não sei o que pretendem
(crescer até as nuvens?)
mas vi de perto
a tesourinha falecer
lânguida em silêncio
ao primeiro toque
na capa do dedão.
Nada foi cortado.
Nem uma pequena casca.
Apenas encostada
a tesourinha rompeu-se
(como se mandinga
dos dedos)
Cheguei a ouvir
um risinho irônico
do mindinho
(feito mortal
que escapa
da morte)
Guardei a tesourinha no estojo
ciente da desonra do objeto.
(um velho elefante
pede desculpas
quando parte)
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