Aquele velhinho lançado à sorte
andando pela calçada (calvário)
parece ter ao lado
um anjo que lhe cuida
e o que dizer
daquele depenado bebê
no seu berço de espuma
alheio ao tempo
e às esferas?
Na verdade deus é o anjo da velhice
(e da solidão dos recém-nascidos)
Nós poetas ao cruzarmos o corredor escuro
ou dobrarmos a esquina deserta:
estamos por nossa conta
e dúvida.
Oremos para que o tombo
não seja cruel com o velho
tampouco a serpente
chegue à fronha
do pequeno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário