Deixei as más companhias.
Agora só ando ao lado das andorinhas.
O problema é que às vezes
elas se esquecem
das minhas asas
de fogo
(acabam caindo dos céus
vítimas de infarto fulminante)
e mesmo que eu tente
ressuscitá-las respiração
boca a bico
elas não dão sinal de vida
permanecem estiradas
imóveis, com um risinho
de puro deleite
nos lábios sempre
molhados de chuva
e de orvalho.
Chego a entrar em depressão,
tranco-me no quarto,
passo dias sem beber
meu cafezinho.
Mas deus é pai
muito bom comigo
logo adentra pela janela
do banheiro e pelo vão
da área de serviço
outra louca andorinha
saltitante, feliz
me chamando pra rua.
Ah, Domingos, magno poeta!
ResponderExcluirHoje, as andorinhas...
Que encanto!
Incrível como você transita pelos mais variados temas, como quem sempre esteve ali.
Demais, meu querido amigo!
Seria muito bom se tivéssesmo mais que asas, mas o coração de andorinhas...
ResponderExcluirLembrei da Cris... http://crisdesouzavalvuladeescape.blogspot.com/2011/01/sem-licenca-poetica.html
ResponderExcluirAbraços, mestre!
depois dessa, até conferi minhas asas...
ResponderExcluirbeijo de andorinha!
domingos, camarada-amigo,
ResponderExcluiras tuas palavras arrancam-me o maior dos arrepios poéticos.
um forte abraço, irmão-poeta de além-mar!