domingo, 2 de janeiro de 2011

o dia seguinte do trovador

Quando falarem sobre anjos e clarins
sei que é verdade pois meus olhos
embriagaram-se e os meus ouvidos
enlouqueceram de todo o encanto.

Mas como o fim se aproxima
deixo-te no mais lindo sonho
(ainda dormindo) e me mando
pra minha vidinha de sempre.

Não posso te levar nas asas
nem escreverei um poema.

As minhas mãos estão sujas
de terra e sangue

(cavo no meu coração outra tumba
e lanço ao fundo uma semente de girassol) .

4 comentários:

  1. E, no entanto, eis o poema alado, surgido de uma bela semeadura para elevar-se no céu de um dia único.

    Grande abraço, Domingos!

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  2. Um poema para ascender a alma...

    Abraço de Luz, poeta...

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  3. Pois há que brotar girassóis. posto que das terras mais infertéis, surge também o inesperado!

    Interessante, escrevi algo semelhante, sobre fins e recomeços, vidas mornas, prosaicas e dos desejos tantos, tolos, sábios que nos permeia a alma e as asas da imaginação.

    Feliz você em 2011!

    Beijo!!

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