As flores da toalha de mesa
são belas e gentis.
Chego a sentir o perfume
de todas as migalhas
e nódoas (adormecidas
sobre sua pele) .
Movem-se aos meus olhos
sob um louco e sensível bailado.
Não precisam do sol
nem da chuva
e todas as moscas
e todas as formigas
passeiam na sua pele
feito jardineiros.
As flores da toalha de mesa
(pintadas com doce solidão)
só sentem falta
de uma ou duas
borboletas.
Mas não por muito tempo
(já desço as escadas)
não será tão difícil
no canteiro da pracinha
encontrar uma boa alma
que pouse nos meus ombros.
Há tanta poesia ao nosso redor, hein, Domingos? E teu lirismo a captura com uma facilidade comovente...
ResponderExcluirJá te disse muitas vezes que adoro ler-te...
Beijinho de Luz...
AS FLORES
ResponderExcluirAonde estão as flores
Da sua cabeça?
Murcharam, secaram
Só restaram os caules e espinhos
Ressecados de tristeza
Estão em qualquer vaso
Largados, jogados, rachados, quebradas
Enfeitando qualquer mesa
Estão nos arranjos
Mandados, estão estampadas
Na blusa que você me deu
E lá permanecem bem vivas
E tão coloridas
Só que você esqueceu
(Lula Côrtes; Ortinho)
Abraços, poeta!
domingos, poeta-camarada,
ResponderExcluircomo se diz em portugal, e num registo bem familiar, "venham daí esses ossos"!
abraço com a amplitude do oceano!
Bonito isso, Domingos!
ResponderExcluirBeijo!