terça-feira, 4 de janeiro de 2011

entre flores e conventos

Não olho para os objetos como olho para uma mulher.
Aos objetos me entrego diante de uma mulher tenho medo.

Olhando uma mulher eu penso
de que maneira fazê-la feliz
sem que ela sonhe.

Enquanto os objetos do meu quarto
(ou da rua) parecem todos já sentir
meu natural infortúnio
em cada devaneio.

Talvez eu ame mais os objetos
por eles me rasgarem o ventre
sem piedade.

Ao contrário as mulheres
(benevolentes) sempre
oferecem-me um sorriso

e no final da morte
aquele olhar diabólico.

Nunca soube determinar bem
até que ponto um olhar sério
(de uma bela mulher)

é apenas um convite
para que eu pule
do precipício

(um dia minhas asas
tomam jeito e coragem)

4 comentários:

  1. Amigo querido! Ninguém fala dos objetos, desse sentir, como tu... és incrível. Tuas asas já tem jeito e muita coragem...bjos, carinho.

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  2. mesmo que não voe, é bem provável que consiga sair da Terra
    beijos
    Laura

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  3. Ahhh, Domingos. Sem palavras. Q maravilha de poema, meu caro!
    Adorei!

    Abraços!

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  4. Quem sabe o que elas querem, para ganhar tem que pular: o azar é pular no vazio.

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