Não sou a ideia do que suponho
tampouco a cruz do pensamento.
Posso falar pelo meu corpo
uma vez que a dor é minha.
Embora ultimamente
a dor me venha
quando durmo.
Então penso "é sonho"
e volto a dormir calado
(só despertando na hora
em que a porta se abre
sozinha e o vento
da área de serviço
puxa meus cabelos)
A morte é a liberdade
mas hoje de tarde
vendo um pombo
de pescoço flácido
no meio da calçada
não achei graça
nem virtude.
Quisera pudesse
tocar de leve
sua cabeça
levá-lo aos pés do velho
que ontem pela manhã
dava-lhe migalhas
de sonhos distantes.
Ah, foi isso.
Foi isso que matou o pombo.
Domingos, um pombo tombou na própria sorte,
ResponderExcluirabraço
sua poesia é uma eterna descoberta, sempre surpreendente. faço questão de acompanhar tudinho, ainda que na surdina.
ResponderExcluirbeijo, meu bruxo!
Estou correndo risco, então! Migalhas, migalhas...
ResponderExcluirGrande abraço, Domingos!