O único fim do poema
(mesmo que se diga o contrário)
é a morte em si mesmo
independente do olhar
do outro.
Ninguém saberá mais do invisível
que a própria sombra.
O mergulho já é cego
por quem escreve
imagina então lucidez
por quem se atreve
tão somente
pela leitura.
O poema escrito
pode ser reformulado
engessado, empalhado
queimado, apagado
jogado em qualquer tipo
de lixeira mas nunca
será uma cortina transparente
ao simples devaneio e ciência
de quem se debruça sobre ele.
Escrevo o poema
para sua morte
definitiva.
E me dou ao luxo
(sob minha neurose)
de acreditar em algo
eterno feito um seixo
no fundo do mar.
(então ao publicar-se um poema, decretemos a sua morte, e o lê-lo, decretemos a sua morte, assim todos os poetas e seu leitores vivendo um processo de autofagia...)
ResponderExcluirDomingos, eu vi uma certa condição de comum entre o seu poema e esse meu aqui ó:
ResponderExcluirhttp://cantodaboca.blogspot.com/2010/05/vinho-queijo-barthes.html
Meu caro, se não acreditarmos em nossa poesia, acreditaremos no quê??
ResponderExcluirAtenciosamente. Adriano MB.
a morte do poema é a nossa absolvição,
ResponderExcluirabraço